sábado, 19 de junho de 2010

Papai Noel

PAPAI NOEL




Era sexta- feira, dia de pagamento na empresa onde trabalho. Sai da empresa, preocupado, pois não ouve pagamento. A empresa estava atravessando um período financeiramente delicado. Já havia atrasado o pagamento outras vezes, mas agora estava atrasando alem do costumeiro. Sai da empresa e fui andando pela rua em direção da parada de ônibus, o dinheiro que tinha no bolso era suficiente para ir para casa e voltar na segunda-feira para o trabalho. Tirei o dinheiro do bolso, verifiquei que tinha dez reais, era todo dinheiro que tinha. Talvez em casa minha mulher tivesse mais alguns trocados. Continuei a caminhar absorto em meus pensamentos e nem me dei conta que já tinha passado bastante do ponto de ônibus. Quando me dei conta já estava chegando quase perto da entrada do meu bairro. Resolvi então, continuar a pé, assim poderia meditar mais sobre aquela situação. Ao Pará numa esquina, veio em minha direção um velho mendigo, parou em minha frente e pediu uma esmola, disse que estava há dias sem comer, e que sua companheira também estava com fome. Como poderia eu ajudar aquele homem, eu estava sem dinheiro, à empresa não fez o pagamento do pessoal, eu não tinha reservas em caixa, também tinha uma mulher me esperando em casa com alguma coisa para o jantar, alem de tudo era natal, eu não podia fazer nada. Disse que não tinha e fui em frente. Dei dois ou três passos, olhei para traz, aquele homem estava em pé a olha para mim. Naquela hora, meus pensamentos foram tão rápidos que nem mesmo pude perceber por que agiram assim. Voltei até ao homem, meti a mão no bolso tirei os dez reais e os dei ao mendigo. Ele agradeceu com lagrimas nos olhos e se foi. Dei meia volta e continuei meu caminho. Logo cheguei a casa, contei a minha esposa o que tinha acontecido lá na empresa, sobre o pagamento, que não tinha saído, e que todo mundo ia passar o natal sem dinheiro. Ela olhou pra mim e disse que estava tudo bem, que eu não me preocupasse porque Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam o Senhor, daqueles que temem a Deus. Enquanto ela me falava, eu entrava para tomar banho, pensando; o que minha mulher esta dizendo é uma verdade absoluta, e dei gloria a Deus por isso, e fui pomar meu banho sentindo uma paz, uma felicidade, uma certeza inexplicável da grandeza de Deus. Enquanto tomava banho ouvi minha esposa conversando com alguém, não deu para ouvir o que se dizia, mas pareciam sussurros, sons de obrigado, palavras como, deus lhe pague, que maravilha, obrigado, sim eu vou dividir, obrigado. Etc... Sai do banho quando, entrei na sala tive um grande susto havia sobre o chão e sobre a mesa da sala de jantar, uma verdadeira montanha de compras, uma quantidade tão grande que mais parecia um depósito de supermercado. Pasmo, estático, olhei para minha esposa que não parava de sorrir perguntei:- de onde veio toda esta mercadoria? Ela Estendeu a mão pra mim, entregou-me uma carta e disse: Foi o Papai Noel quem deixou todas estas coisas, e disse que se pudéssemos era para dividir com outras pessoas. Com o coração aos pulos abri a carta, estava escrito: Eu precisei usar o Velho Noel assim como usei você, Obrigado pelos dez reais, ele alimentou meu anjo, e ainda deu para comprar todas estas coisas,........................

Assinado Jesus Cristo.

De Bartolomeu.