sexta-feira, 18 de junho de 2010

O andarilho

O ANDARILHO





Aquela estrada longa e deserta por onde caminhava aquele Andarilho, era a estrada que ele muitas vezes vira em seus sonhos. Ele, de antemão já sabia aonde chegaria se continuasse naquela estrada. A certa altura daquela caminhada inóspita, o Andarilho chagou a uma encruzilhada, ali a duvida, a insegurança e o medo invadiram seu interior. Ele sabia que se continuasse em frente, iria se encontrar com sigo mesmo. Dobrando a esquerda, as chances de se defender expondo os seus motivos eram quase nulas, já que seus próprios sentimentos o trairiam. À direita, as oportunidades de receber perdão pelos seus erros talvez fossem melhores, mas era melhor não arriscar. Então, uma força incrível e incontestável inpulciono- o a seguir em frente, tinha que continuar na mesma direção, sempre na mesma estrada. Sabia o que ia encontrar, sabia dos sofrimentos que causaria com sua volta,mais tinha que seguir caminhando,sentindo no rosto o vento manso da serra do Roncador, o cheiro doce das flores que margeiam a estrada, é como uma eterna primavera. Caminhando, ele ia pensando como iria ser o reencontro com o passado, aquela janela certamente estaria vazia, não haverá, nela, ninguém a chorar como no dia da partida. Na entrada da rua enquanto ele passa, não haverá comprimentos, porque ninguém o reconhecerá, os que por ventura o olharem não saberão que aquele Andarilho já causou muito sofrimento aos seus. Magoou aqueles a quem ele mais amor na vida, e mesmo apaixonado pelos seus, na sua ignorância os fez sofrer. As longas caminhadas, os longos dias sem alimento, as longas horas de meditação e o dormir ao léu, lapidou este homem de tal maneira que hoje, ele já não é o mesmo. Ele, enquanto caminha,vai pensando o que dizer quando estiver diante de si mesmo, das pessoas, daqueles que são seus pedaços, talvez chore, peça desculpas primeiro. Depois peça perdão, talvez ele queira somente um:- Olá, um Oi, um como Vai? Um abraço? Aí já é demais. Ele sabe que aqueles a quem ele fez sofrer, Só o perdoariam se tivessem assim como ele, sido encontrado pelo Senhor Jesus. Assim pensando, o Andarilho continua seguindo seu caminho, sua estrada deserta e inóspita, porem agora cheia de luz. Caminha esperando o dia do Senhor. Para voltar pra casa, onde existem não só sua casa, mas muitas moradas.





Bartolomeu Pinto Teixeira






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